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Missões Jesuítas (e Foz do Iguaçu)

Foz do Iguaçu é sem dúvidas uma das maravilhas naturais a se visitar nesse mundo e todos sabemos. O que muitos não sabem é que, aos seus arredores, em solo brasileiro, argentino e paraguaio, há muita história a ser explorada sobre as missões jesuítas de séculos atrás.


Um pouquinho de história: as missões jesuítas aconteceram nos séculos XVII e XVIII na América do Sul com a chegada dos europeus no intuito de introduzir o cristianismo e um modo de vida europeu aos índios. Para isso, construíram as chamadas reduções – aldeamentos indígenas comandados por padres jesuítas – que hoje são, além de Patrimônio da Humanidade, belíssimas ruínas a serem visitadas.


Fiz essa viagem com a minha família e o roteiro contou com 4 dias inteiros no feriado de 7 de setembro de 2010. Voamos numa manhã bem cedo do Rio de Janeiro para Porto Alegre. Éramos 13 pessoas e optamos por alugar um micro-ônibus com motorista em vez de 3 carros para fazer o passeio. Um ponto de atenção é que, como tem que atravessar fronteiras por terra, é importante confirmar que o carro alugado tem essa permissão. Alugar o micro-ônibus com motorista contou ainda facilitou ter tudo incluído e regularizado.


De Porto Alegre até São Miguel das Missões são uns 500 km e, com calma, chegamos por lá no fim da tarde. Nas ruínas de São Miguel Arcanjo há um show noturno de luzes e som bem bonito. Vale a pena ver um dia que tenha o show para se programar. Mais do que o show em si, ver as ruínas iluminadas à noite é uma coisa impressionante. Por certa ignorância minha, eu não fazia ideia do que esperar das tais ruínas jesuítas e fiquei completamente boquiaberta. Todos ficamos. Não perde em nada para muitas ruínas da Europa que sonhamos tanto conhecer. E essas estão logo aqui! Dormimos numa pousada em São Miguel das Missões e no dia seguinte voltamos às mesmas ruínas para conhecer todo o local e fomos acompanhados por um guia explicando a história. O parque é bem extenso e vale separar algumas horas do dia para aproveitar tudo.

De lá, seguimos a nossa road trip pelas missões brasileiras. Rodamos em torno de 300 km neste dia e visitamos as missões de São João Batista, Caaró, São Lourenço Mártir e São Nicolau. São todas ruínas menores e não tão bem conservadas quanto a de São Miguel Arcanjo, mas que definitivamente valem a visita.

Depois da última parada, esticamos para dormir em Santo Ângelo para ganhar tempo no dia seguinte, já mais perto da fronteira com a Argentina. No terceiro dia acordamos e seguimos para a Argentina. Vale a pena ir cedo, pois, como houve conosco, pode ter fila e um pouco de espera por causa de toda a burocracia. Pelo menos em 2010 teve. Não sei como está 5 anos depois. Atravessar uma fronteira eu diria que é uma sensação maravilhosa para todos que amam viajar. Particularmente, para mim, é muito. E quase sempre, também para mim, é muito fascinante perceber como pode tanta coisa mudar simplesmente por atravessarmos aquela linha imaginária.


Atravessada a fronteira começamos nosso giro pelas missões argentinas. As paradas foram: Santa María la Mayor, Loreto, Santa Ana e San Ignacio Miní. O choque cultural do lado brasileiro para o lado argentino foi maior do que o esperado e, frustrantemente, positivo para a Argentina. Os sítios arqueológicos argentinos estavam em um nível de organização, conservação e informação significativamente acima dos brasileiros. Só nos restou aproveitar e muito o que nossos hermanos têm a oferecer. As ruínas de San Ignacio Miní são as em melhor estado de todas que vimos e provavelmente a maior. Tudo muito incrível e lindo! É de fato surpreendente que não seja um passeio mais turístico e que mais pessoas não saibam da existência. Nessas ruínas há também o Museu Jesuítico de San Ignacio Miní para conhecer, onde podemos aprender com mais detalhes sobre toda a história.

Nossa rota das missões acabou por aqui. Existem outras para se visitar, inclusive no lado paraguaio, que não conseguimos incluir nesse roteiro, mas de repente vale a pesquisa. O quarto dia era dia 6 de setembro e o aniversário do meu pai era no dia seguinte. Por esse motivo, ousamos bastante na escolha, indo além de qualquer budget, e nos hospedamos no Sheraton que fica dentro do Parque Nacional do Iguaçu, no lado argentino ainda, em Puerto Iguazú. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas, podendo se dar de presente ficar nesse hotel, vale muito a pena. A razão principal não é viver um dia de rei, aproveitar o resort, a cama grande e confortável e o buffet de café-da-manhã (não que não tenhamos aproveitado isso também!), mas sim poder acordar cedo e explorar todo o lado argentino antes que esteja aberto para o público geral. Isto é, explorar todo o parque sem competir espaço com outros milhares de turistas. E foi o que fizemos: acordamos super cedo e, antes mesmo do café-da-manhã abrir, passeamos em paz pelo parque. Foi especial. Quando voltamos, nosso apetite estava no ponto para fazer valer a pena todo o buffet de café-da-manhã.


Dicas sobre Foz do Iguaçu: faça tudo. Depois de café-da-manhã fomos para o lado brasileiro de trenzinho interno (voltamos a pé depois) e passeamos por todos os caminhos possíveis. A beleza é realmente estonteante! De tarde, a parte jovem do grupo – eu incluída – fez o passeio de bote que desce pelo rio e entra debaixo de uma das cachoeiras. Eu, como fã de (quase) qualquer aventura, adorei. Foi divertido e emocionante sentir a água de uma cascata do Iguaçu cair na sua cabeça. É aproveitar para limpar a alma. Só diria que vale levar outra roupa para trocar depois.

Passamos nossa última noite na cidade de Foz do Iguaçu, em solo brasileiro e, no dia seguinte de manhã, voamos de volta para o Rio de Janeiro, muito satisfeitos com mais um inesquecível passeio.


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